domingo, 10 de fevereiro de 2008

Fato Novo: Verissimo


No Estadão de hj, na crônica semanal na última pg do Caderno 2 (acho q sai tb n' O Globo e certamente no Zero Hora), L. F. Verissimo lança uma bomba assim como quem não quer nada. Frase inicial da crônica: "Não se vê mais patacas e dobrões [...]". O resto não vem ao caso.

Mais adiante, na mesma crônica: "compreende-se os abusos".

Se fosse outro escritor -- não qq outro, mas muitos dos outros -- a gente acharia q o cara tinha errado. Verissimo não erra. Certamente, com sua autoridade de formador não só de opiniões mas de mtas outras coisas, ele está fazendo um protesto contra uma construção q consagrou-se nos últimos 40 ou 50 anos, mas q seria incorreta antes.

Lembro q qdo eu era criança ainda se escrevia "vende-se casas". Talvez fossem todos ignorantes, os fazedores de cartazes. Não sei, me parecia o certo. Acho q foi lá pelo meio da adolescência q aprendi q isso tava errado. Daí a coisa incorpora-se à noção q a gente tem de como devem ser ditas as coisas -- e escritas. E qdo a gente lê algo como Verissimo escreveu, asssuta-se. Mas tenho certeza de q ele não esceveu assim por acaso.

Qdo foi q "Vendem-se casas" passou a ser o correto em português do Brasil? Já vi mta gente espernear contra essa construção, tanto cultos qto ignorantes. Mais os ignorantes, é verdade. Mas agora q Verissimo escreveu desse jeito... Gente, ele não precisa publicar um tratado de gramática pra q o q escreve se torne a forma avalizada.

Vamos pensar bem nessas duas construções, tentar entender os motivos q fizeram com q um dia o jeito de usar esse "se" fosse alterado. Quem alterou? Quem inventou o tal "sujeito indeterminado" pra esses casos refelxivos? Qdo inventou? Pq a invenção foi aceita? Pois é claro q, em coisa como "Chove", a indeterminação do sujeito é evidente. Não é como o "il pleut" francês ou como o "it rains" inglês. O nosso é indeterminado de verdade. Mas as casas -- alguém as vende, pois não?

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